desabafo · reflexão

Criança interior

Fonte: Vozes da minha cabeça

Estamos tão acostumados a encher a vida de soluções temporárias, tentando amenizar problemas recorrentes que esquecemos de parar p/ sentir o que realmente está acontecendo.

Por vezes buscamos solução em remédios, hobbys, bebida e não percebemos que o real problema é bem mais profundo, que as amarras que não nos deixam melhorar e seguir sempre estiveram “protegidas” por nós mesmos, em nosso subconsciente, pesando nossa criança interior e automaticamente refletindo isso nos dias atuais.

É um processo bem longo e árduo conseguir convencer nossa versão criança de que ela não precisa mais se entristecer, não precisa mais se sentir culpada por tudo nem carregar o mundo sozinha pq a gente tá aqui p/ cuidar dela e p/ pouco a pouco faze-la entender que ela pode ser tão livre e amada quanto deveria ter sido.

Acaba que muito da depre e ansiedade que carregamos quando adultos vêm desde cedo, quando éramos mini adultinhos mesmo sem entender nada do que estava acontecendo, ou mesmo por eventos isolados que nem sequer nos lembramos de ter vivenciado ou por termos tomado p/ nós todos os pesos de ter tido pais que não estavam preparados para ser pais e que tampouco se importavam com isso. É bem difícil entender pq tudo aconteceu, como estaríamos hoje com uma infância normal e principalmente não se pesar pela atitude dos pais.

Infelizmente não dá p/ mudar o passado, não dá p/ escolhermos uma outra família e muito menos tentar entender tudo. Mas dá sim para tentar ressignificar muitos momentos e aquietar nosso eu pequeno que hj tem a nós mesmos, já adultos. Pode parecer meio vago no inicio do processo, mas aos poucos vc vai percebendo o alivio de já não se sentir da mesma forma que antes e o quanto foi importante priorizar a si mesmo.

Aproveitando, segue lá meu insta de desenho jhecyka_art

Off (smp tem hahah)

Sempre me julguei um nível abaixo de todas as pessoas, pois qualquer coisa que eu me propunha a fazer smp eu tinha que lidar primeiro com problemas internos, enquanto as outras pessoas já estavam lá produzindo/ se divertindo e só esse ano que realmente criei coragem p/ encarar isso.

Esse ano, assim como ano passado, tem sido bem complicadinho, mas em contrapartida tem sido bem gratificante também. Acho que nesse processo de olhar p/ mim mesma, acabei por eliminar pesos que eu nem me lembrava que carregava e isso tem me deixado bem feliz. Ainda tenho um longo caminho, que eu realmente queria que tudo tivesse sido mto diferente, sabe? Smp fui uma criança tão adultinha, cuidava mais da casa e do irmão do que minha própria mãe, nem pedia dinheiro (q criança q não pede dinheiro?) e msm assim só recebia atenção no dia do meu niver e elogios e te amos escritos (talvez por isso eu ame cartas, bilhetinhos e afins. Era a única forma de carinho que eu recebia.)Ainda hj sinto invejinha qdo vejo pais que se preocupam e incentivam. Uma invejinha boa. Acho que isso vai ser o mais difícil de tratar e talvez eu nem consiga, mas vou continuar tentando por mais algum tempo.

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